Wednesday, July 21, 2010
Friday, November 17, 2006
O Mundo dos "fakes"
Tive conhecimento, olhando o perfil de uma amiga minha do Orkut, dos chamados "fakes". Como novidade para mim fui pesquisar no Google. Fiquei sabendo do que se trata, embora acredite que a coisa já deva ter tomado uma dimensão mais abrangente do que vi no Google. Não deve ser somente perfis falsos, comunidades falsas, no sentido de que as personagens se ocultam em outros nomes e em outras fotos ou mesmo desenhos ou ainda nada. Fiquei com uma impressão de que como o Orkut por sua estrutura escancara via recados os sentimentos e vivências de seus integrantes, inclusive incentivando que se possa "bisbilhotar" o perfil de qualquer um do Orkut, este modo de ser fake protege a privacidade, a pessoa podendo se jogar toda, mas sem o perigo de ter sua privacidade atingida.
Mas, pelo que vi em páginas dos "fakes", esta atitude não se restringe a manter a privacidade. Já está se tornando um estado de espírito, como de desafio às coisas estabelecidas, não sendo de jeito nenhum um alienado à realidade. Às vezes chega a assumir uma posição destrutiva, mas que considero normal como uma fase que espero transitória de reagir ao estabelecido, ao "status quo" do sistema em que estamos inseridos. Está me parecendo com o que ocorreu com a minha geração (tenho 66 anos) nos anos 60 da "liberação sexual", que ocorreu em todo o Ocidente, após 100 anos de repressão sexual, que teve início com a rainha Vitória, da Inglaterra.
Analisando as comunidades desta minha amiga que se diz "meio fake" e mais uma "heterônima", vejo que ela sabe escolher muito bem, revelando seu estado de espírito de quem busca se encontrar, quer na filosofia, quer na religião, quer na arte e por aí vai.
Encaminhando esta análise à própria, ela respondeu:
"É isso sim, Roberto. Você acertou sobre a importância da privacidade, as possibilidades do mundo fake, o canal de troca, informação e subversão que o Orkut representa... Aqui, e especialmente no universo dos fakes, as vivências são rápidas, nos despessoalizamos e repessoalizamos o tempo todo, há gente com vinte fakes, tudo é concentrado – dor, alegria, sentimentos, idéias, descobertas... Encheu o saco? Pesou? Deleta e cria outro fake".
Ressalto aqui que ser "fake" não tem nada a ver com o comportamento dos que se aproveitam das facilidades do Orkut para se apropriar de perfis ou de comunidades de outros usuários do Orkut ou para criar perfis ou comunidades ilegais, porque promovem pedofilia, racismo, nazismo e outras coisas do gênero.
Como curiosidade, temos 30 perfis diferentes, todos com o mesmo nome "Luis Inácio Lula da Silva", que obviamente não são de Lula, nenhum deles. Porque o Orkut permite isto, não dá para entender. O que sem dúvida favorece a proliferação de perfis e comunidades "fakes".
Mas, este estado de espírito dos fakes leva-os a mudanças, como diz ainda minha amiga: "Se bem encaminhado o processo, as transformações obtidas trazem ganhos que terapias de anos e anos não alcançam".
Estamos assim diante de uma nova onda, nova forma de ser, dentro do mundo virtual, que merece um estudo mais aprofundado por parte dos especialistas em comportamento humano. Acredito que esta onda tenha os seus excessos, mas não podemos ser moralistas e espero que venha a contribuir para a construção de um novo mundo, mais solidário, onde reine a justiça, a paz e o amor.
Mas, pelo que vi em páginas dos "fakes", esta atitude não se restringe a manter a privacidade. Já está se tornando um estado de espírito, como de desafio às coisas estabelecidas, não sendo de jeito nenhum um alienado à realidade. Às vezes chega a assumir uma posição destrutiva, mas que considero normal como uma fase que espero transitória de reagir ao estabelecido, ao "status quo" do sistema em que estamos inseridos. Está me parecendo com o que ocorreu com a minha geração (tenho 66 anos) nos anos 60 da "liberação sexual", que ocorreu em todo o Ocidente, após 100 anos de repressão sexual, que teve início com a rainha Vitória, da Inglaterra.
Analisando as comunidades desta minha amiga que se diz "meio fake" e mais uma "heterônima", vejo que ela sabe escolher muito bem, revelando seu estado de espírito de quem busca se encontrar, quer na filosofia, quer na religião, quer na arte e por aí vai.
Encaminhando esta análise à própria, ela respondeu:
"É isso sim, Roberto. Você acertou sobre a importância da privacidade, as possibilidades do mundo fake, o canal de troca, informação e subversão que o Orkut representa... Aqui, e especialmente no universo dos fakes, as vivências são rápidas, nos despessoalizamos e repessoalizamos o tempo todo, há gente com vinte fakes, tudo é concentrado – dor, alegria, sentimentos, idéias, descobertas... Encheu o saco? Pesou? Deleta e cria outro fake".
Ressalto aqui que ser "fake" não tem nada a ver com o comportamento dos que se aproveitam das facilidades do Orkut para se apropriar de perfis ou de comunidades de outros usuários do Orkut ou para criar perfis ou comunidades ilegais, porque promovem pedofilia, racismo, nazismo e outras coisas do gênero.
Como curiosidade, temos 30 perfis diferentes, todos com o mesmo nome "Luis Inácio Lula da Silva", que obviamente não são de Lula, nenhum deles. Porque o Orkut permite isto, não dá para entender. O que sem dúvida favorece a proliferação de perfis e comunidades "fakes".
Mas, este estado de espírito dos fakes leva-os a mudanças, como diz ainda minha amiga: "Se bem encaminhado o processo, as transformações obtidas trazem ganhos que terapias de anos e anos não alcançam".
Estamos assim diante de uma nova onda, nova forma de ser, dentro do mundo virtual, que merece um estudo mais aprofundado por parte dos especialistas em comportamento humano. Acredito que esta onda tenha os seus excessos, mas não podemos ser moralistas e espero que venha a contribuir para a construção de um novo mundo, mais solidário, onde reine a justiça, a paz e o amor.
Subscribe to:
Comments (Atom)